Obras pós-enchente: Campo Bom tenta evitar novo estado de calamidade

Prefeito Luciano Orsi acompanhando obra de comporta provisória na divisa com Novo Hamburgo| Foto: Melissa Costa

Campo Bom – Medidas de curto, médio e longo prazo estão sendo tomadas pela prefeitura para enfrentar as emergências climáticas que, em pouco mais de um ano, provocaram 10 alagamentos, obrigando moradores a deixarem suas residências e causando grande prejuízo na cidade.

O investimento em obras e melhorias deve ultrapassar a cifra de R$ 5 milhões, conforme aponta o prefeito e secretário de Obras, Luciano Orsi. Entre as primeiras medidas, estão a desobstrução e limpeza das redes pluviais com hidrojateamento em diversos bairros, tirando todo o lodo que ficou por causa da enchente; desassoreamento dos arroios; aquisição de bombas para a implantação de um sistema de bombeamento móvel nos bairros Operária e Vila Rica; instalação de comportas nos sistemas de drenagem de Operária e Vila Rica, bem como o redimensionamento do sistema da Operária.

Um sistema provisório de bombeamento já foi colocado em funcionamento nas últimas semanas na Vila Rica, a fim de tirar a água parada das ruas Marcos Silvano e Fortunato Gambim. Com as novas bombas, isso será replicado na Operária, diminuindo os alagamentos nas ruas Alecrim, Imbúia, Jacarandá e Araucária e suas transversais. “São todas medidas para evitar ou, ao menos, minimizar os efeitos de tanta chuva”, destacou o prefeito.

Ações rápidas na cidade

O prefeito detalha, por exemplo, que “primeiro estão abrindo caminho para poder fazer o desassoreamento no bairro Operária, junto à Avenida dos Municípios. Na esquina da Secretaria de Obras tem uma galeria, 400 metros adiante outra, saindo do campo de futebol; as duas se encontram e vão até o rio, são quase dois quilômetros de extensão. Isso vai ajudar muito”.

Também está em andamento a construção de comportas provisórias. Uma delas está localizada na divisa com o bairro Canudos, em Novo Hamburgo. A provisória já ajudou a amenizar a situação e, em breve, será instalada a comporta fixa.

A limpeza e abertura de bocas de lobo também estão entre as prioridades emergenciais e que trazem rápida resposta. “Faremos, ainda, três pontes secas na Barrinha. Elas seriam galerias artificiais, um metro e meio por três de largura, logo abaixo do asfalto. Com isso, vai demorar mais tempo para encher; se enchia em três dias, talvez leve de quatro a cinco”, conta o prefeito. A maioria das ações estão focadas nos três bairros mais atingidos com enchentes: Barrinha, Vila Rica/Porto Blos e Operária.

“Dique é uma válida alternativa”

A Administração vai tentar autorização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para a construção de um dique. Neste momento, o prefeito explica que está sendo feito estudo para avaliar os impactos da ação. “O dique teria pouco mais de mil metros, com base de oito metros de largura por quatro de altura, e mais três metros em cima para conseguir circular por cima dele. Ele seria feito do bairro 25 de Julho até aqui (Parque do Trabalhador). Teoricamente, não teríamos mais esse problema, salvo se a água passasse por cima do dique. É uma obra grande, mas não tão cara, é mais fazer um muro de argila, numa proporção que possa ficar estável, e mais movimentação de máquina e terra. Temos de onde tirar o material e o custo seria alto em maquinário, mas nada que não possamos fazer. Somente precisamos avaliar todas as interferências que teria, mas é um consenso que essa seria a solução”, conta Orsi. Se sair, a liberação da Fepam pode demorar até cerca de um ano.